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Dia Mundial do Diabetes alerta para maior risco da COVID-19


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No Brasil metade dos portadores ignoram ter a doença. A falta de controle da glicemia  provoca a perda da visão. Entenda.

 

O Dia Mundial do Diabetes promovido pela Federação Internacional de Diabetes (IDF)no próximo sábado, 14 de novembro, alerta sobre o maior  risco da  doença durante a pandemia de COVID-19. Quarta maior causa de morte no mundo, a doença atinge 16,8  milhões de brasileiros e metade ignora ter a doença segundo o IDF. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, a perda da visão é uma das consequências da falta de acompanhamento médico. Prova disso é que a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta a retinopatia diabética como a maior causa de cegueira definitiva entre pessoas economicamente ativas, entre 20 e 60 anos. “O acompanhamento oftalmológico e o controle da hiperglicemia poderiam evitar mais da metade dos casos de perda da visão”, afirma Queiroz Neto. Muitas pessoas só descobrem a doença durante um exame oftalmológico de rotina. Isso porque o diabetes provoca alterações nos vasos da retina. “O maior risco da COVID-19 entre diabéticos está relacionado  ao aumento da glicemia provocado pela infecção e também porque a viscosidade do sangue nesta parcela da população facilita a formação de trombos”, salienta.

O diabetes

O médico explica que o diabetes é uma desordem no metabolismo da glicose (açúcar) que se acumula na corrente sanguínea. Em portadores de diabetes do tipo 1 que responde por 10% dos casos da doença, este processo falha porque o pâncreas interrompe ou diminui a produção da insulina, hormônio que transforma em energia a glicose obtida através da alimentação. Os sintomas são: produção de grande volume de urina, sede excessiva, cansaço e perda de peso. O tratamento é feito com reposição de insulina.

Nos outros 90% que têm diabetes do tipo 2, o oftalmologista explica que as células musculares e de gordura se tornam resistentes à insulina, ou seja, precisam de mais insulina para quebrar a glicose. O tratamento é feito com medicação que estimula a produção de insulina para equilibrar o metabolismo da glicose. O diabetes do tipo 2 pode estar relacionado à hereditariedade, sedentarismo, obesidade ou estresse. “O maior perigo é a falta de sintomas que facilita a falta de controle do índice glicêmico” ressalta Queiroz Neto.  É por isso, comenta, que provoca doenças oculares, cardiovasculares, renais e amputações.

Flutuações na refração

O oftalmologista diz que nos olhos um dos efeitos reversíveis do excesso de glicose é a indução à miopia decorrente da maior absorção de água pelo cristalino, lente natural do olho. “Isso acontece com mais frequência depois das refeições quando o nível de glicose sobe” explica. Após períodos prolongados de jejum o cristalino desidrata e a miopia induzida desaparece. Entre mulheres em idade fértil, a flutuação da refração também pode estar relacionada às alterações dos níveis de hormônios sexuais típicas do ciclo menstrual que podem aumentar a retenção de água pelo cristalino.

Por isso, comenta, a prescrição de óculos exige que o oftalmologista verifique o período do ciclo menstrual da mulher e se o paciente não está descompensado, ou seja, com picos e quedas muito constantes do índice glicêmico.

Uma dica do médico para manter a refração e a glicemia estáveis é se alimentar a cada 3 horas, dando preferência aos grãos integrais, verduras e frutas em pequena quantidade.

Catarata

O processo repetitivo de hidratação e desidratação do cristalino altera suas fibras, antecipando a formação da catarata, opacificação do cristalino que responde por 47% dos casos de cegueira tratável no Brasil.

Retinopatia

O diabetes altera a viscosidade do sangue e por isso provoca problemas nos micro vasos dos olhos de 74% dos portadores, segundo pesquisa do IDF. Das doenças oculares causadas pelo diabetes, Queiroz Neto ressalta que as mais graves são a retinopatia e o glaucoma.

A retinopatia diabética é caracterizada por alterações nos vasos da retina, membrana de fibras nervosas que fica no fundo do olho, recebe as imagens e as envia para o cérebro. O diagnóstico é feito através de exame de fundo de olho e o tratamento pode incluir aplicação de laser, injeções antiangiogênicas ou cirurgia em casos de hemorragia ou descolamento da retina.

Glaucoma

Queiroz Neto afirma que o glaucoma em diabéticos é uma reação secundária da retinopatia que se distingue pela formação de neovasos e menor irrigação sanguínea. Também é caracterizado por inflamações oculares que dificultam o escoamento do humor aquoso. Por isso, a doença causa aumento da pressão intraocular e morte de células do nervo óptico.

O especialista ressalta que o glaucoma neovascular tem evolução rápida e o campo visual perdido é irrecuperável. Por isso, é importante que toda pessoa diabética faça exame oftalmológicos regulares de acordo com a periodicidade estabelecida pelo oftalmologista para cada caso.” As alterações oculares que podem cegar geralmente aparecem após 10 anos de convivência com o diabetes e a prevenção ainda é o melhor remédio”, conclui.

Assessoria

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